Pivete...
Eu passo fome
Durmo na rua
Peço esmolas
Para comer
Reviro o lixo
Caço igual bicho
Para viver...
Eu cheiro cola
Pra esquecer
Meu corpo sujo
Meus pés descalços
Minha fraqueza
E solidão ...
Eu bato carteira
Roubo bolsas
Anel, cordão...
Não tenho casa
Não tenho escola
Não tenho família
Nem proteção...
Eu sou do mundo
Sou fruto podre
Da indiferença
Cria bastarda
Do desrespeito
Sou escremento
Da sociedade
E resultado
Do desamor...
Meu sonho bom
Quem sabe um dia?
Ser grande e forte
E mandar no morro.
Da boca de fumo,
Ser o senhor...
Não sei se eu
Ainda vejo isso
Ou quem sabe
Eu morro antes
Na troca de tiros
Entre os "home"
E os traficantes...
Irene Cristina dos Santos Costa - Nina Costa, 28/11/2011