TRAGÉDIA GREGA
No décimo primeiro ano de 2000
Ocorreu algo que já se viu
O velho mundo mergulhado em crises
Era pólvora dentro do barril
Gil Vicente, Shakespeare, Oswald e Suassuna poderiam escrever em belos atos
Uma encenação poética que fizesse jus e status
De um continente que já contou a vitória em tantas epopeias
Hoje celebra a crise, a revolta e até a miséria
As nações que n'outro tempo colonizavam
E as riquezas de outros povos retiravam
Hoje de recursos necessitam
Para uma quebra generalizada ser evitada
A situação deveria ser mudada
As instituições recuperadas
Mas onde a verdade estava
Quem de ajuda precisava?
A população protestava
Pois o emprego faltava
E só em recuperação se falava
Mas quem essa recuperação ajudava?
O velho mundo que as regras ditava
E que muitos países comandava
Perdido em números e valores se encontrava
E em uma grande crise com tragédia anunciada
Mas será que os deuses não podem salvar
Os valores que muitos fizeram por manipular
E reeducar os governos viciados
Dar esperança aos povos e investidores desacreditados
Será que existe ajuda sem interesse?
A população será beneficiada?
Haverá recuperação sem sacrifícios?
E algum alívio após o martírio?
Governantes indesejados
Corruptos, descredenciados,
E o povo desesperado
Bem como as finanças e seus mercados
É como uma tragédia grega
Em que a ironia do destino permitiu
Que a riqueza que era sinônimo de vida e concórdia
Provocasse conflitos, um novo cisma e a discórdia