O enfermo
O enfermo.
Ó infeliz e moderna sociedade!
Que deturpa os nobres conceitos!
Fede o filho pródigo à torpe enfermidade
Ao augúrio de seus vis direitos.
Repudia o sonho à náusea lamuriante
Expeli a esperança, seu vômito sangrento.
O fétido rancor da recalcitrância lacerante!
Ó, princípios e conceitos lazarentos!
Corroem as chagas seus órgãos até o osso
O amor em sua vida, mofado.
Nas mantas do leito asqueroso,
Deteriora a chaga seu corpo suado.
As chagas conspurcam o pundonor.
Apodrece a justiça na sua realidade,
Nos seus atos ao mefítico odor.
O brio febril aquece sua imoralidade...
Por que recorres ao sórdido alvedrio?
Seus gemidos frios ecoarão o confim sombrio!
Tragado às embrumas do pecado edaz
Entregado ao opróbrio pranteará os tumores letais.
Retire dos olhos, ó rebelde, as escamas!
Enxergue a luz do Heril que proclama.
No caminho abissal, ao fim atroz:
Ó bendita aspereza de Amós!