DES DESALENTO
( HOMENAGENS A MANUEL BANDEIRA )
Somos tropas em marcha
A elas não se permite descansar
pro Sentimeto
( O vaso do coração exige
um cultivo mais descansado
os reflexos no mar se tornam
/ nisso nítidos
___mais as águas___
ternas e em Aberto. ) Perto,
o bico da estrela é um pássaro
__e as árvores falam pelas raízes__;
e as folhas esperam deixar de ser
/ só uma para!...
Unas ___ serem mais sortidas!...
...___repletas de Vida!...
Alteridade : mapear a fala de to-
/ das as coisas
para um mundo menos "louco"
(pedindo perdão aos loucos !...)
Fardos desse algodão num arma-
/ zém
para fabricar
___Vestidos !...___
Bandeira
Cada dele palavra é o incita-
/ mento
a cultivarmos a raiz do sentimento
até depurá-la e Ser Ele
de tal purificidade que abra
o Coração de Deus !...___
e a flor do invisível
nos ressurja... em estrela!...
e o encanto__ des discorre__
porque a Vida nas suas álteras
/ substâncias alternativas
Fica pra Que Mais Se Fixa
Sol com o Outro do Dia
___Não Morre !...
Uma bela homenagem a Bandeira
no finalzinho da Bela Música ( Le-
tra e Música!...). Está em :
http://youtu.be/CiLSZW-oi1Q
Eis o Poema citado por "Aurélio
e Seus Cometas", na íntegra:
DESALENTO
"Eu faço versos como quem morre
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto...
Meu verso é sangue.Volúpia
/ ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Doi-me nas veias... Amargo
/ e quente
Cai, gota a gota, do coração...
E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
___Eu faço versos como quem
/ morre."
(Manuel Bandeira: "A CINZA DAS HO-
RAS" em "Estrela da Vida Inteira" , Rio,
José Olympio, 1973 )
Ilustração
Caricatura de Manuel Bandeira J. Sunny