Civilidade
Matamos o mosquito
Eliminamos matas e florestas
Diminuímos a vida do planeta
Desarticulamos ecossistemas
Crueldades e tragédias tornam-se banais
Como o bater de portas ou janelas,
Vulcões em erupção, terremotos e
tsunamis
O mundo se revolta com o poder humano
E força da natureza lhe sussurra a sentença
animal,,,
Matamos insetos e o vizinho
Providenciamos guerras santas
Por razões bastardas
Entramos nas cabeças humanas
como trepanação
Lavamos suas idéias, opiniões e
olhos
E, diante da mais absoluta cegueira
Poupamos a luz, como se tudo
já não fosse treva ou ilusão
Poupamos o caminho, como se tudo não
já fosse vácuo
Poupamos afeto
Como se tudo não fosse indiferença.
Desumanizamo-nos.
Trancados no mais caro patamar da
civilidade.
O veneno intragável de não poder ser
apenas natural.