Civilidade

Matamos o mosquito

Eliminamos matas e florestas

Diminuímos a vida do planeta

Desarticulamos ecossistemas

Crueldades e tragédias tornam-se banais

Como o bater de portas ou janelas,

Vulcões em erupção, terremotos e

tsunamis

O mundo se revolta com o poder humano

E força da natureza lhe sussurra a sentença

animal,,,

Matamos insetos e o vizinho

Providenciamos guerras santas

Por razões bastardas

Entramos nas cabeças humanas

como trepanação

Lavamos suas idéias, opiniões e

olhos

E, diante da mais absoluta cegueira

Poupamos a luz, como se tudo

já não fosse treva ou ilusão

Poupamos o caminho, como se tudo não

já fosse vácuo

Poupamos afeto

Como se tudo não fosse indiferença.

Desumanizamo-nos.

Trancados no mais caro patamar da

civilidade.

O veneno intragável de não poder ser

apenas natural.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 12/11/2011
Código do texto: T3331194
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