Tens meia hora pra tirar a mão daí.
Tem horas que o pensante parece enfermo,
Gemendo os neurônios brada; fala sério!
A dúbia sensação que Deus criou o governo,
E o diabo as ONGs, e os ministérios...
Tens dez dias pra montar sua defesa,
Caso não for convincente, desista!
Mas, sair-se-ás muito bem, com certeza,
Pra que serve o talento de sofista?
Vão em busca de maquiagem e rimel,
Cortam unhas, disfarçam a idade,
Cavalga garboso o verossímil,
Onde deveria ser, o reino da verdade.
Aí os pupilos queimam uma ou duas,
Baixa a pesada e tá feita a meleca,
Não que eu defenda o vício, saia às ruas,
Só não gosto do moralista de cuecas...
Por que sonegar-me o mesmo capricho,
Também quero atirar com essa seta,
Nem preciso dez dias pra esconder o lixo,
A cada dois, passa, o caminhão da coleta.
Nossa indignação qual inseto que morre,
Presa a decência, eles jogam peteca,
O nobre cavalheiro até chega na torre,
Barrado na porta, e a Rapunzel é careca...