DIA DAS CRIANÇAS
Onde estão nossas meninas
Que até ontem faziam bonecas de pano com cabelos de milho
Porquinhos de abacate miúdo e brincavam de ser gente grande e feliz?
Queimaram-se na palha, nas folhas do abacateiro
Ou perderam-se nos programas televisivos?
Onde estão os meninos arteiros, tinhosos, cabreiros
Que montavam cavalos de pau, não largavam da bola
E guiavam carrinhos de madeira?
Estariam montados, armados até os dentes
Desviados na curva da vida
Sufocados pelo "pó" do caminho?
Cadê as crianças inocentes
Que brincavam em rodas contentes
Ouviam histórias sorridentes e para assombrações
Davam gritos estridentes?
Inocência perdida, roubada, vendida
Roda da vida, desorientada, sem medida
Grito assombrado, notícia no jornal
Fato consumado, cresceram, se acham ’”tal”...
Onde estão aquelas crianças?
Cadê nossos pequenos, cadê?
Foram no Itororó e por lá ficaram