Deculturação Forasteira
Hoje está calor
Maus ventos sopram lamúria em luxo
Em inglês vem o frescor
E a repulsa pelo país imundo
Sucumbe a nação como colônia
Explorados louvando o velho mundo
Lavagem cerebral
O calor a derreter a mente
Esvai-se a criatividade
Viva Tio Sam e nossa elite demente!
Eis a deculturação forasteira
Denuncio em lamúria europeizada
Isso é um antro sem alma
Pelo vazio nosso povo rasteja!
Aqui se vive a pobreza
Uma espoliação que destrói o âmago
Aqui enxerga-se neve em lugar de areia
Coníferas em lugar de pântano
É o transplante da ideologia estrangeira
Caráter espúrio, externo encanto
E eu a sofrer o sofrimento alheio
Sinto o frio no calor dos trópicos
Sob o sol ardente, cabeça demente
Meu corpo arde, coberto de preto
Eis a deculturação forasteira
Denuncio em lamúria europeizada
Isso é um antro sem alma
Pelo vazio nosso povo rasteja!
Pele mulata, mente pálida
Riqueza fútil, pobreza explorada
Elitismo inútil, escória negada
Meu refúgio, minha cabeça alienada
(Junho de 2007)