Deculturação Forasteira

Hoje está calor

Maus ventos sopram lamúria em luxo

Em inglês vem o frescor

E a repulsa pelo país imundo

Sucumbe a nação como colônia

Explorados louvando o velho mundo

Lavagem cerebral

O calor a derreter a mente

Esvai-se a criatividade

Viva Tio Sam e nossa elite demente!

Eis a deculturação forasteira

Denuncio em lamúria europeizada

Isso é um antro sem alma

Pelo vazio nosso povo rasteja!

Aqui se vive a pobreza

Uma espoliação que destrói o âmago

Aqui enxerga-se neve em lugar de areia

Coníferas em lugar de pântano

É o transplante da ideologia estrangeira

Caráter espúrio, externo encanto

E eu a sofrer o sofrimento alheio

Sinto o frio no calor dos trópicos

Sob o sol ardente, cabeça demente

Meu corpo arde, coberto de preto

Eis a deculturação forasteira

Denuncio em lamúria europeizada

Isso é um antro sem alma

Pelo vazio nosso povo rasteja!

Pele mulata, mente pálida

Riqueza fútil, pobreza explorada

Elitismo inútil, escória negada

Meu refúgio, minha cabeça alienada

(Junho de 2007)

Wesley El Nino Silva
Enviado por Wesley El Nino Silva em 03/11/2011
Reeditado em 12/11/2011
Código do texto: T3315510
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