Passaporte pro gueto dos loucos
Não tentem vender para mim,
Uma eficiente faxina no gabinete,
Mudando a casca do mesmo aipim,
Magia ágil, e o povo joguete,
Cheirar bem, mas, ter gosto ruim,
Dizia um índio, comendo sabonete.
Compramos flores pros mortos,
Fazendo uma festa em seus jazigos,
Pra barcos em longínquos portos,
Não vale farol, não existe perigo,
A indiferença e seus espinhos tortos,
Sepulta vivos, tantos mendigos.
Os feiticeiros autores desse despacho,
Rebocam o muro parece novo,
Que podem lograr, Cronos , não acho,
Mas, importa é o que acha o povo,
Que antes de melhorar o aceso facho,
Se esmera buscando, achar pêlo em ovo.
Não fosse trágico seria hilário,
olhar a choldra co’a luneta minha,
aqueles primeiros, furtam o erário,
e acenam, uma ficha limpinha,
os últimos cultivam quintal imaginário,
atolados nas próprias ervas daninhas...
somente no fim da história,
estarão de posse, do devido galardão,
quando o “nobre” for a escória,
veremos o dano da estultice, então,
reputação blindada, igual, a memória,
no gueto dos loucos, serão atração...