Prato de Lata
tudo dói!
gira e bate,
geme e rói!
bato a colher
no fundo do prato
de lata.
ninguém
estende nenhum
pedaço de pão.
miseráveis!
que fazem com tanta
fartura que receberam?
como um cão esfomeado,
vago pelas ruas
solitárias e escuras.
faminta e friorenta
me enrolo nos pedaços
da página do sol,
que ainda sobraram.
vou morrer nesta pocilga
de vida, que me condenaram,
os que não sabem
compartilhar amor!