Voto do poeta
Voto do poeta.
Os versos de minhas poesias
Converto em sufrágio
Tantas vidas tão vazias
Quão amor tão frágil!
Nas leis desta vida
Só me resta poetar
Na falta de realidade garrida
Não tenho em quem votar.
Em meus versos tão cabreiros
Esmero meditabundo
Nestes fatos corriqueiros
Meus versos, minhas lágrimas, meu mundo.
Ah!... Quem dera o verso ser colhido!
Pel’alma deste povo
Tão mudo tão olvido
Ab ovo.