AUTÔMATO NÃO, HOMEM SIM

Qualquer dia, pouco tem importância

Eu com olhos aguçados

Observo as pessoas, meus iguais,

andando pelas ruas numa absurdamente pressa

Ninguém tem tempo para cultivar a humana convivência.

Todos, todas, caminham apressadamente,

como um rebanho tangido por vaqueiros inconsúteis,

A vida atrelada aos ponteiros de um relógio,

que nos impõe a sua existência tirânica,

ditador de vidas

Ninguém olha para os lados,

somente para frente

Caminham feito autômatos,

Androides, marionetes.

Vai se desumanizando a humanidade.

Eu para não ser um desses...

Escrevo um poema, admiro um jardim,

uma gota de chuva escorrendo na vidraça.

Nunca fui, não sou, jamais serei

um autômato.