O teatro das sombras
Meu pequeno feito organizado por imperfeição
Infectado, transmissor da seriedade.
Quem dera Pudéssemos sonhar sendo ainda inanimados
E que a realidade fosse algo nada natural
Há entre mentes e rissos
um teatro montado por sombras.
Os insetos que nos criaram são os meus que comemos
Implacáveis descuidados.
Nos tornaram mortos vivos sem ao menos existir
Nosso fado terminou em tragedia
ao mesmo tempo que os aplausos tocaram o acústico da sala
Enquanto as cortinas se fecham me escondo
e da janela
vejo marionetes desfilando entre todos os prédios
Seres inanimados caminhando
, natural.
Há entre pautas e notas
Uma harmonia criada por nós
Sombras frias imitadoras
Sem uma triste e moribunda vida, contadoras de História
Inventoras de um roteiro inexistente para a mente,
quente e possuída
As regras sólidas das estátua
No escuro de um esgoto
Montamos um palco e um picadeiro
O encarnado do veludo
já não nos importa
e nem se fecha mais.