Foragido.

Não sou o poeta vulgar

Que só faz rimas pobres

E que não podendo se encontrar,

Se vende por metal vil e nobre!

Não sei fazer rima difícil

E desconheço o que é volátil.

Tampouco faço sacrifíciom

Se é mais fácil ser prático!

Sou poeta de Minas,

Com histórias do Ceará,

Que passou por Amaralina

E tem saudade do Amapá!

Sou foragido do SNI,

Sobrevivente do AI-5.

Sem querer aprendi

A falar verdades quando minto!

Um dia fui sequestrado,

Confundido com microempresário,

E por pouco não fui esfolado

Quando viram meu último salário!

Sou poeta da terra,

Procurando uma Salomé

Enquanto o lobo da guerra

Usa e abusa de nossa fé!