Esquinas
Esquinas
Não é tua e nem minha e de ninguém
É esquina do mundo que sempre vem
Abordando a surpresa dos encontros leves e pesados!
Lugar dos mortos-vivos, dos desconfiados...
E passam, por ela, os enamorados tímidos, os de sem corpos padronizados
Esquinas dos escritores, das prostitutas (os), dos divorciados do mundo
E soma pelo mundo as vértices da vulgar filosofia
E suga-se dela extrato de vidas sem direção, amarrados destinos na prisão do Céu!
E ao se virar, mais esquinas os seus olhos verá
E ao morrer, seu corpo passará, quem sabe, por muitas esquinas sem mais te incomodar
E no finalmente, no terminar da sua real existência, o silêncio da consciência
Que já mais entenderá em que esquina se perdera!