A Ultima Revolução…
Fumas mais um cigarro
Acrescentando à tua lista mais um ideal
Uma lista quase sem fim
Que nunca irás preencher por completo
Que deixarás inacabada
Mas sentes-te feliz
Porque sabes
E sentes
Que por esse estado incompleto
Ninguém te irá levar a mal…
Acendes mais um cigarro
E pensas
“Que raio
Estou farto disto
Quero fazer um revolução…”
Mas não tens armas nenhuma
Apenas uma
A suprema arma de destruição maciça
A tua Razão…
Porque os tempos mudaram
As armas são relíquias de um passado
Que se fez amargo
Mas onde as armas por vezes evitavam a suprema humilhação
De se morrer sem nada
Apesar de pelo muito se ter lutado
De morrer sem nada
Enquanto alguém que nada fez
Prospera bem a teu lado…
Mas a ideia da revolução
Torna-se permanente
E não temporária
Passou a ser ao mesmo tempo o teu obby
Tua maior ocupação
Porque poucos dominam o teu mundo
Mandando nos destinos de muitos
Que deixam morrer
Pela simples e estúpida razão
De querer perpetuar
A sua fonte de poder
Poder pelo poder
Poder cego
Aniquilatório
Poder assassino
Poder genocida
Que escondeu
Ou tem bem guardadas as armas
Que poderiam deitar a perder
Todo o seu poder
Só não tendo acesso a uma
A tal arma da tua Razão
E é por isso
Que num derradeiro recurso
Deixas os ideais que nunca se irão concretizar
Pegando naqueles
Que a algum lado de poderão levar
Pegas na tua mente
Partilhas tal com outras mentes
Ocupando as ruas
Com a última utopia
Que conseguiu sobreviver
Ocupas as ruas
Os centros do mundo
Sabendo que jamais te irás render
Sabendo que a capitulação
Está fora de questão
Ocupas as ruas da Terra
Com a tua Razão
E sim
As coisas irão mudar
É apenas uma questão de tempo
Porque é uma questão de tempo
Mudar o paradigma
Ocorrer por fim
A tão sonhada Revolução…