AVESSO

Nas coisas,

seus avessos.

Crianças sem pão

Idosos sem lar

Afetos na contramão.

Roupa virada

Coração lavado,

nenhuma afeição

Mundo contrário,

contradição!

Desonestidade ferina

No político que anima

As gentes ingênuas

Discursos maquiados

Honestidade desbotada

Nas frontes lavadas

E costuradas,

com fios de nylon.

Não de algodão.

O avesso é saudade doída.

Saudade do que não somos

E nem tentamos ser.

Viver o avesso é repartir

Re-parir mundos

Num devir fecundo.

O avesso brada por

recomeço e verdade

nua e cruamente!

Quero o avesso!

Político reto

Criança com afeto

Idoso com teto

Coração impregnado de amor

Pela natureza e pelo irmão

Num mundo de contrários

Viver o avesso é salvação!

Suerdes Viana
Enviado por Suerdes Viana em 10/10/2011
Reeditado em 28/11/2011
Código do texto: T3268521
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