Como estrelas Cadentes…
Assistimos ao nosso declínio
Não intimo
Mas do nosso modo de vida
Da nossa civilização
Um vento da mais plena intensidade
Pela mão de quem devia tomar conta de nós
Que sofreram uma lobotomia
Dos valores antigos
Que tornou tudo isto possível
Um vento que não para
Que varre tudo à sua frente
Não sendo um vento acidental
Ou natural
Não sendo um mero acidente
Um vento bem real
Ao qual assistimos
Como estrelas Cadentes…
Perante a total passividade
Do mesmo mundo
Que esse vento está a asfixiar
De um mundo
Que ostraciza
Quem contra esse vento ousa falar…
E somos assim todos cegos
Todos cúmplices
Desse vento homicida
Nova forma de holocausto
Somos todos cúmplices
Porque calamos
E deixamos que esse vento prolifere
Um vento de merda
Que arrasta consigo
O que resta da nossa fé
Um vento que semeia a desilusão
Trazendo com ele plenas cinzas
Que enterram a nossa civilização
Um vento que vai passar
Se calhar só na próxima geração
Mas quem será recordado
Não será quem se calou
Quem cedeu a um conformismo cómodo
Será
Quem no meio desta imensa escuridão
Se arriscou a ficar só
Mas livre
Portentosamente livre
Se arriscou a dizer apenas uma palavra perante esse vento
“Não”…
E afinal éramos de facto Estrelas, mas não estrelas cadentes…