MANCHETE DE JORNAL

Manchete de jornal

Nem é preciso dizer

O que lemos nos jornais

Sempre ali sobre a mesa

Do fim dos tempos, os sinais.

Após o café da manha

Manchetes com toda certeza

De tragédias publicadas,

Só reflexos de tristezas.

O fruto da violência,

Sangue e desolação,

falta de ética e catástrofes,

Tragédias e corrupção.

Será que a vida é só isso?

Que não existe remédio?

Por que permitir que a existência

Se transforme em lágrimas e tédio?

E nós ali... frente a frente,

Perplexos em cada momento

Nem percebemos que o dia está lindo

Que o céu está azul no firmamento.

Se logo após o bom dia

Comentamos os dissabores

Das manchetes de cada dia,

Da inversão de valores.

E,sem querer os fatos de candura,

Guardados nos cofres de nossa memória,

Não fazem mais parte de nossos diálogos

Saem aos poucos de nossa história.

E o novo dia termina

Como se tudo estivesse normal

Até a manhâ seguinte,

Ao ver a “vida” novamente estampada

nas manchetes do jornal.

Regina Xavier

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