NA-TAO
Eu não queria um presente,
queria uma lembrança
apenas uma.
Talvez um gesto,
quem sabe um sinal,
dentro do respirar normal
das coisas que vão acontecendo,
e como vão acontecendo!
Escondo-me em dias “mornais”
em dias, sem muitas comemorações
sem a obrigação de escrever
um cartão bonito,
ou um bonito cartão,
que sei não servirá
para todos os natais,
nem para todas as pessoas.
Preciso de um cartão instantâneo
sem a força dos moldes
mas com a beleza constante
da espontaneidade.
Que brilhe no claro-escuro
dos olhares e nas remessas
clandestinas dos mistérios,
nos embrulhos transparentes
de presentes, e de passados.