Homens Invisíveis
Mais uma noite fria e gelada chega com o frio da
madrugada. Cobertos quentinhos na cama macia
sobre lareiras e mansões se entrelaçam com os
velhos e rasgados jornais jogados pelo chão.
Homens sujos brancos, negros, mulheres e crianças
deitadas no escuro e no frio da dor, da saudade,
da doença, da maldade. Não há ajuda, não há amigos,
não remédios nem proteção.
Outros seres saem das entocas, becos e guetos
mulheres bem vestidas arrumadas disfarçadas de
sexo servem-se aos animais. As vemos apenas
como objetos, e o nojo e o isolamento é nossa
honra. Nunca paramos para pensar o por que de
estarem ali e o que podemos fazer para isso mudar.
Esquecemos que elas prostituem o corpo e nós a
alma...
O sol já se vem nascendo e com ele um forte
nevoeiro negro surge, não é do frio gélido da noite
mas sim dos cachimbos da paz que sobem e se
desfazem no ar. Suicídio coletivo nas ruas das alucinações.
Uma nova vida se desfaz e refaz em segundos.
Vermes feitos de pó, massos, ervas, matam roubam e
destroem vidas. Fingem dar a tão sonhada liberdade,
mas nos prendem ao cárcere da morte até o último
suspiro sem saber se quer a verdade.
Também não os enxergamos, são loucos, doentes,
dependentes, drogados, ladrões, assassinos, pragas
social. Eles dependentes de alma, nós de espírito,
algemados a miséria, desonestidade, avareza e
luxúria.
Homens Invisíveis, seres sem vida, esquecidos
dos vivos mortos sem vida, que se fazem vivos para
esconderem sua podridão invisível, incolor e totalmente
insípida ao nossos iguais que fingimos serem seres
anormais. Que no fundo são menos doentes que nós.
uns Podres de Corpo, nem sempre tem o poder da escolha
e do livre-arbítrio, outros de Espírito que tem o poder da
escolha e prefere sua própria destruição.