CAI(ANA)
Cai(Ana)
Seu corpo estava pesado...lasso.
Enlaçado com a dor!
Trabalhara o dia todo
Sob suor e chuva
Bóia fria, viúva
Estômago vazio
Coração fraco, frio...
Tinha que terminar o eito
Fazer tudo direito...
E cortava , e cortava, e cortava
a cana—Cai(Ana)--
com gana,
com dor ....
e sonhos: queria saber ler
Tentar a vida na cidade!
Era preciso correr...
era preciso conseguir a meta final...
receber os míseros dez “real “
compraria leite pro filho
um caderno...
Seu remédio,
Arroz, feijão..
Não sobraria nenhum tostão!
Fim de jor(nada)
Uma angústia surge, do nada?
O suor escorre-lhe na face
Precocemente envelhecida
Coisas da vida?
O peito comprimido
O comprimido!
O sangue no vestido
Um suspiro
Sem dizer adeus!
O corpo ali...
Cálido
caído no chão!
Benvinda Palma