A platéia de palhaços

A loucura do mundo servida grelhada

Cada comensal degusta uma ponta,

A vastidão aos nulos que dizem nada,

E mordaça aos que falam o que conta.

Esses são jogados na vala comum,

Aqueles, pontos destacados no mapa

Se uma nulidade célebre dá um pum,

O jornal oferece inteira sua capa.

O senso crítico não volta do desterro,

E a piada sem graça diverte à plebe,

Lucidez e verdade sob o mesmo aterro,

Eufemismo cobre e sofisma concebe.

Esse circo de doidos de modo inverso,

Ocupa sem esforço quase todo espaço,

Nada exibindo inda cobra ingresso,

Na arena o mago, na platéia os palhaços.

Prometem faxina lhes falta sabão,

E ainda ousadia para tocar na mácula,

Essa “máquina” se deve lavar à mão,

Verdade, a estaca que mata o Drácula.

Gritamos revolta eles baixam o som,

Pois ouvindo vai que alguém escutasse,

Maestros do poder, eles dão o tom,

Lavamos a escada eles sujam a face...

Leonel Santos
Enviado por Leonel Santos em 08/09/2011
Código do texto: T3208186
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