A platéia de palhaços
A loucura do mundo servida grelhada
Cada comensal degusta uma ponta,
A vastidão aos nulos que dizem nada,
E mordaça aos que falam o que conta.
Esses são jogados na vala comum,
Aqueles, pontos destacados no mapa
Se uma nulidade célebre dá um pum,
O jornal oferece inteira sua capa.
O senso crítico não volta do desterro,
E a piada sem graça diverte à plebe,
Lucidez e verdade sob o mesmo aterro,
Eufemismo cobre e sofisma concebe.
Esse circo de doidos de modo inverso,
Ocupa sem esforço quase todo espaço,
Nada exibindo inda cobra ingresso,
Na arena o mago, na platéia os palhaços.
Prometem faxina lhes falta sabão,
E ainda ousadia para tocar na mácula,
Essa “máquina” se deve lavar à mão,
Verdade, a estaca que mata o Drácula.
Gritamos revolta eles baixam o som,
Pois ouvindo vai que alguém escutasse,
Maestros do poder, eles dão o tom,
Lavamos a escada eles sujam a face...