Ópio, maldito pó
Correr já não basta, caminhos não tem
Os desejos perdidos morreram também,
A verdade é fantasma por tantos conflitos
Que a dor da fraqueza insita a fugir
Em voar por veredas que saídas não tem.
Sentar no escuro sem asas pra ir
Desespero de vozes que o pensamento
Por ansia incontida, não consegue ouvir.
E a flor sem perfume por flor nunca ser
Do branco indevido de prisma se faz
Desenhando arco-íris em mentes perdidas
E nos olhos dementes figuras doentes
Flutuam no espaço e fazem voar
Como aves perdidas ao léu e sem rumo
Que qualquer vereda de caminho se faz
Desde que a vontade seja apenas fugir,
De que adianta na rota de fuga
Por medo ou loucura inalar ilusões
Pintando o infinito de cores sumidas
E na volta, a alma perder a estrada
Por tantos vazios e não voltar mais.
De que adianta deitado no tempo
Ir no teto dos sonhos buscar fantasias
Voltar na angustia e não viver mais?
Perder os sentidos, que um dia atrevidos
Lutavam na busca de apenas vencer
E nos olhos o brilho de tantas conquistas
Levavam a mente a cantar e viver.
Mas a flor sem perfume por flor nunca ser
Do branco indevido que de prisma se faz
Desenhando arco-íris em mentes perdidas
Impõe a vontade de apenas morrer;
E nos lábios selados por mais não poder
Falar ou sorrir ou dizer um adeus
A vida perdida chorando pergunta:
PORQUÊ ?