O garoto

No alto do céu um clarão,

Ladeira abaixo descia o camburão,

As luzes dos barracos nunca brilhavam,

Só quando a sirene escutavam.

O garoto subiu à laje, de lá dava pra ver,

Policiais armados,

Detentores do poder.

Portas de madeira se abriram,

Bandidos sorriram,

Era hora do festim,

Tudo o que fizessem seria o estopim.

Lá do alto o garoto olhava, pasmado,

Parecia mais um velho,

Encurvado, entre sombras, camuflado.

Um tiro fez se ouvir,

O choro tomou conta do pedaço,

Numa poça, o cadáver do garoto destroçado.

Felipe Terra
Enviado por Felipe Terra em 27/08/2011
Código do texto: T3184557
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