O garoto
No alto do céu um clarão,
Ladeira abaixo descia o camburão,
As luzes dos barracos nunca brilhavam,
Só quando a sirene escutavam.
O garoto subiu à laje, de lá dava pra ver,
Policiais armados,
Detentores do poder.
Portas de madeira se abriram,
Bandidos sorriram,
Era hora do festim,
Tudo o que fizessem seria o estopim.
Lá do alto o garoto olhava, pasmado,
Parecia mais um velho,
Encurvado, entre sombras, camuflado.
Um tiro fez se ouvir,
O choro tomou conta do pedaço,
Numa poça, o cadáver do garoto destroçado.