O covarde
Havia um homem caído no chão/
De longe o avistei/
Notei como todos o notava/
Passavam ao seu lado/
Mas mesmo assim o ignorava/
Mesmo a distancia meu sentimento /
Tinha certo reconhecimento /
Com que, os que ao lado dele transpassava/
Perturbou-se minha alma/
Compulsivamente/
Internamente/
Inconscientemente ela se perturbou.
Mas ainda assim meu sentimento era reciproco com o da maioria/
Maldita seja o senso comum!
Maldito seja o maldito!
A fala e falta/
Conforme o tempo foi se arrastando/
Próximo eu ficava de minha realidade/
Então agi...
Como todos pensei em mim/
Ignorei o coitado no chão/
Entrei no banco/
Saquei e fui-me/
E ao sair...
Observei algo que nunca me permiti/
Um senhor de baixa estatura/
Meio corcunda/
Vestidura simples/
Olhos sofridos/
Acolhendo/
Ajudando/
Como sou covarde!
E maldita seja a covardia de fazer o certo!
Agora tenho o rosto do precipitado em minha fase/
Em minha veia/
No meu dizer/
Acordo e dou bom dia/
Minha pobre covardia.