A forma da violência

A violência bate a minha porta

A duvida me preenche, se abro ou não

Não é uma bala perdida

Não é alguém com uma faca

Não é uma arma

São palavras

Gestos

Sons

Modos

Olhares

Cores

Tudo busca agredir de forma silenciosa

Olhares que ferem mais que bala

Que cortam mais fundo que a mais afiada das facas

Que perfuram mais que a mais dura lança

Gestos que condenam

Piadas que chicoteiam

Num mundo que se cala

Cada vez mais esses gestos tornam-se ocultos

Mas a que ponto eles se tornaram ocultos

Se todo dia dezenas de pessoas ferem centenas de pessoas

A todo o tempo e todos fingem que não vêm

Apenas porque é mais fácil

Acreditar que a violência não existe

Por que lutar com um monstro

Se é mais fácil prendê-lo em uma caverna

E jogar um sacrifício para ele

Todas as semanas?

Raffael Lima
Enviado por Raffael Lima em 14/12/2006
Reeditado em 14/12/2006
Código do texto: T317803
Copyright © 2006. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.