Sob os Arcos de Tantas Pontes…




Gotinhas se juntam ao curso do rio
Que às vezes silencioso e indeciso desliza.
Ferido em seus brios
Enquanto a exuberância de suas margens se desvitaliza

Enquanto isso, um pôr do sol refractário
Difusor da beleza do continente
Fixa no horizonte, olhos de orvalho
A emoção tropeça num mix de natureza e gente

E nas cores a luz tangencial fazia festa para ver a terra girar
Na sua dança costumeira, sem parar,
Para deixar, em apoteose, o rio desaguar.
Era o Cávado exuberante conseguindo chegar ao mar.

Tantas regas, tantas margens
Matas ciliares a forrar, rio imponente em suas curvas
Mansas corredeiras a esvoaçar na viagem
Conformado em suas águas turvas,
Outrora cristalinas,
Querendo renascer,
Despoluir-se e revigorar-se.

Rio panorâmico ao qual, da nascente a foz,
Cada cidade, onde correm as suas águas,
Conta-lhe segredos
De amores e medos
De loucuras e de paixões
Coisas que o rio leva e nunca mais traz,
No silencio dos seus e nossos ais.


Ibernise
Barcelos (Braga/Portugal), 23AGO2011

Núcleo Temático Educativo
Ibernise
Enviado por Ibernise em 23/08/2011
Reeditado em 25/04/2013
Código do texto: T3176623
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