Nas tribos tupiniquins

Olha só, a obesa denúncia do conforto que

desenvolvemos! E a famélica digital da injustiça

social; uns exercitando-se pra “queimar” as sobras,

faz-de-conta,

outros mendigando, comendo as pontas…

E esse papo de esquerda e direita, cada qual com

sua receita; futebol e carnaval,

a finta e a fantasia, perfeitas.

O canhoto que protestava, já não é desta feita…

Questão de perspectiva,

do lado que aponta a placa;

a lateral direita de quem defende,

é a ponta esquerda de quem ataca…

Agora, são urnas eletrônicas, não há fraude assim;

aperfeiçoamos os meios, apodreceram os fins…

Que fácil prometer, o que outros devem fazer!

Ai Deus os coloca no alto, pra que todos possam ver.

Fragmentada nação, no fundo, veraz nação não é;

tribos içando estandartes, com a força de seus caciques,

e o feitiço de seus pajés.

Compramos inativas armas, pra deter a violência

disseminada. Canetas assassinas impunes, assinam,

os desvios da corrupção; a violência profissional

segue armada. Almas que não se desarmam, fazem a

ocasional, matando a pedradas…

Leonel Santos
Enviado por Leonel Santos em 19/08/2011
Código do texto: T3169564
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