ONZES
Bombas que explodem,
Deixando destroços.
Povos que morrem,
Longe dos nossos.
Infortúnio? Vidas sem sentido?
Aqui choramos por estranhos
Através da eficiência da imprensa;
Com tecnologia para altos ganhos,
Expandindo a burrice imensa.
Evolução? Reality Show?
A grande nação policiando,
Outras tudo explodindo.
Muitos olhos se arregalando
E todos nós sucumbindo.
Caos? Evolução da espécie?
Ah... 11 de setembro, quem te feriu?
Aqueles que pela religião adoecem?
Ah... 11 de março, quem te atingiu?
Sequelas daqueles que nos empobrecem?
Importar? Pra quê?
Temos também dia 11 num lugar sem igual,
Com quatro dias de carnaval.
Corrupção? Coisa normal.
Pra comer? Nem pedaço de pão.
Emprego aqui? Existe não.
Quer vida melhor meu irmão?
Mórbido? Aqui não é bom?
Eles estão errados,
Nós certos.
Eles são todos pirados,
Nós espertos.
Entendem? Falta explicação?
Voltamos à mídia, que sempre ganha.
Jornais, revistas, audiência;
Com desgraça tamanha.
Que fazer? Paciência.
Terrível? Não foi sempre assim?
Desastre igual do cinema,
Bonito de se ver.
Explosões, gente morrendo, uma pena.
Belo entretenimento, pode crer.
Mais? Esqueci de algo?
Tiranos que se escondem em buracos?
Poderosos que matam crianças?
Aqui, pessoas que vivem em barracos?
Traficantes que traçam esperanças?
Satisfeito? Quer mais um pouco?
Não temos guerra nem fome;
Tem gente que não assina o nome.
Aquele ali, que apronta e some.
Justiça nunca mais,
Nosso mundo que é eficaz,
Os filhos matam até os pais.
Onzes! Vocês já podem descansar em paz.