No Trabalho
É como o espanto
De uma boca que se abre assustada
E lambe com a língua vermelha a censura
E lança o comando engravatado
Sobre os olhos que se põem sentados
Do cérebro agora sai fumaça
Pequena fábrica de sensações o corpo
Assustado
Esquivado
Arrepiando os pelos como o gato
O susto típico do rato
Nadando nos canos o operário
Se assim não fosse,
Nada estava terminado
Nessa cadeia há quem grita mais alto
E há quem fique calado
E esconda com cabelo no rosto
Ou um sorriso de deboche
E cala o vocabulário mal educado e merecido
Vindo de uma língua vermelha agora pálida