Suprema e sagrada Alienação…
Trocarmos de forma instintiva
O real
Por um botão
Agirmos em função do que vimos
E condicionar o que sentimos
Ignorando que tudo pode não passar de uma ilusão
Vivermos dentro de caixas
Nunca admitindo tal
Dando graças a uma
Suprema e sagrada Alienação…
Porque se o mundo
E o próprio universo
Estão ali
Tão perto
À nossa cómoda disposição
Ignorando
Que tudo é
Tudo pode ser adulterado
E as tais verdades
Não são mais
Do que centelhas de realidade
Com o fundo real viciado…
Mas somos felizes
Reproduzimos essa felicidade
Pelo número de amigos
Que faz de nós alguém popular
Não querendo ver
Ou perceber
Que quase nenhum desses “amigos”
Um dia
Iremos encontrar
Enquanto vivemos num limbo
Que lentamente nos está a envenenar
Na arte suprema
E antiga
Do alienar
Que chegou por fim ao patamar tecnológico
Pois eu posso estar a mentir
A deturpar o que digo
Mas quando desligarem o botão
Depois de imprimirem esta folha
Num papel rugoso
Real
Leiam tal mais uma vez
Verão que o que digo
É algo que parece irreal
Por ser demasiado
Lógico…