O carro alegórico

Pegadas do tempo, as folhas secas,

que marca passo, enquanto passamos;

os outdoors do que deveria ser,

margeiam a rota, que caminhamos.

Mantemos a forma da virtude,

na esteira do faz-de-conta;

dá pra achar o rumo, caso queira,

mas erram, as baratas tontas.

No ambiente, o meio, o molde à massa,

passa que viveu, no ramo frutífero;

alheios à vívida insinuação do mar,

morando lá, o cetáceo, segue mamífero.

Um sincretismo de nadas, compondo,

o louco e amorfo mosaico humano;

lei térrea abolindo o indivíduo,

massa e passa, panetone do vício, assando…

Um truque, visto por poucos,

e a mídia premia os ilusionistas;

Mamon canonizando seus santos,

enseja a romaria consumista.

Vendamos, a estátua vendada,

resta a balança, mote pictórico;

enredo que dá samba, a justiça,

que destaque, seu carro alegórico!

Leonel Santos
Enviado por Leonel Santos em 01/08/2011
Código do texto: T3131956
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