O carro alegórico
Pegadas do tempo, as folhas secas,
que marca passo, enquanto passamos;
os outdoors do que deveria ser,
margeiam a rota, que caminhamos.
Mantemos a forma da virtude,
na esteira do faz-de-conta;
dá pra achar o rumo, caso queira,
mas erram, as baratas tontas.
No ambiente, o meio, o molde à massa,
passa que viveu, no ramo frutífero;
alheios à vívida insinuação do mar,
morando lá, o cetáceo, segue mamífero.
Um sincretismo de nadas, compondo,
o louco e amorfo mosaico humano;
lei térrea abolindo o indivíduo,
massa e passa, panetone do vício, assando…
Um truque, visto por poucos,
e a mídia premia os ilusionistas;
Mamon canonizando seus santos,
enseja a romaria consumista.
Vendamos, a estátua vendada,
resta a balança, mote pictórico;
enredo que dá samba, a justiça,
que destaque, seu carro alegórico!