Desejado flerte
Vi a ira estéril, carente de força,
e a força bruta, privada de razão;
o saber inócuo sem gerar filhos,
palavras fúteis, sem coração.
Nuvens ociosas sonegando chuva,
o estio grassando, tolhendo o pão;
aliança pérfida, lealdade viúva,
amizade maculada pela traição.
O “Homo Sapiens” ignorante,
apresentando “provas” da evolução;
altruísmo, furtado retirante,
avareza desfilando, com seu roupão.
Vi o urbano fugir pro mato,
pra consertar a respiração;
o dia adestrando o gato,
a noite escondendo o cão.
Falência abrindo firma,
o rapace, na escola de guardião;
água transportando fezes,
fogo guardando, o combustível da nação.
Vi a mudança jogar sem cartas,
apostando um alto quinhão;
agora, a decência flertar com o poder,
pode ser, mas isso, não vi não…