Desejado flerte

Vi a ira estéril, carente de força,

e a força bruta, privada de razão;

o saber inócuo sem gerar filhos,

palavras fúteis, sem coração.

Nuvens ociosas sonegando chuva,

o estio grassando, tolhendo o pão;

aliança pérfida, lealdade viúva,

amizade maculada pela traição.

O “Homo Sapiens” ignorante,

apresentando “provas” da evolução;

altruísmo, furtado retirante,

avareza desfilando, com seu roupão.

Vi o urbano fugir pro mato,

pra consertar a respiração;

o dia adestrando o gato,

a noite escondendo o cão.

Falência abrindo firma,

o rapace, na escola de guardião;

água transportando fezes,

fogo guardando, o combustível da nação.

Vi a mudança jogar sem cartas,

apostando um alto quinhão;

agora, a decência flertar com o poder,

pode ser, mas isso, não vi não…

Leonel Santos
Enviado por Leonel Santos em 29/07/2011
Código do texto: T3125871
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