Coisas que me deixam pê
Coisas que me deixam pê,
ah, uma enormidade,
políticos safados na mamata,
de sofismas sua casamata,
apelidando a negociata,
pacto de governabilidade.
Ainda subo na mesa,
e praguejo outro tanto,
ouvindo o pregoeiro infame,
cortando, da verdade, o arame,
embalando bosta em celofane,
profanando o Nome Santo.
Quer ver eu quebrar os pratos,
amebas que entram na tela,
emprestando suas gargantas,
canonizando idiotices tantas,
assoviando e aplaudindo antas,
só porque são antas belas.
Darwin maculou os primatas,
que quebraram o elo perdido,
já pensou se fosse descendência,
essa miscelânia de excrescências,
jumentos ditos, excelência,
compreensível orgulho ferido.
Sei que estou contra o vento,
tentando asfaltar a Transamazônica,
remover da turquia, Istambul,
trazer a Noruega pro polo sul,
Gagarin disse que a joça é azul,
aos meu olhos, é policrômica…