Sonambulismo
Ventos que sopram a areia
Nas estradas solitárias do deserto,
Feridas que tornam incerto
O destino que o homem semeia.
O fogo dilacera vultos adormecidos
Que foram banqueteados por abutres,
Bocas insólitas trapaceiam e não discutem
Um porvir nauseabundo e empedernido.
Sombras obscurecem a sede carcomida
Que a fome depauperada e homicida
Execrou nos organismos de um povo imberbe..
Finíssima garoa de grãos silvestres
Inunda os vales de transmissíveis pestes
Em que a vida sonolenta não apetece!
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