Mumificado

Em meu tumulo, deitado fico Eu,

Inerte ao restante do mundo,

Que me cerca e me seca.

De certa forma, me sinto protegido,

Seguro,

Acolhido em meu próprio corpo,

Sucumbido ao eterno sono.

Meus olhos não se fecham mais,

Sou obrigado a viver como um morto vivo,

Registrando a cada momento da minha incontestável destruição.

Caminhos escolhidos a dedo,

Deixaram-me aqui,

Confortável situação!

Minhas carnes já apodreceram,

Meus ossos se desfazem a um simples tocar,

E de meu sepulcro,

Apenas os odores de minhas vísceras exalam sem parar!

Estou morto?

Pergunto eu a mim mesmo!

Espero essa resposta, até hoje...

Autor: Charllie's Alves de Queiroz (2003)