Indig(nação)

Os que chegaram ao ápice,

ao cume dessa nação,

machos batendo cabeça,

instinto de preservação;

fazem dos fins os meios,

de terem seus bolsos cheios,

meu Deus, quanto ladrão!

Triste saber enfim,

dessa dura realidade,

se caísse o fundo do mundo,

e se perdesse a metade,

nenhuma falta faria,

digo sem qualquer alegria,

indignação que me invade.

Mas a cada quinta-feira

nos empurram mais do mesmo,

a verdade qual toucinho,

a caminho do torresmo;

as novas velhas caras,

mesmos vícios mesmas taras,

dinheiro e tempo, à esmo.

Nos dias que os bichos falavam,

sei lá, no reino dos animais,

tinha moral a história,

umas lições existenciais;

agora o bicho só pega,

a presa alheia e entrega,

a guardiões internacionais.

Dizem que voto é arma,

blindam às urnas por inteiro,

qualquer que ao labor encarna,

sabe mais que o primeiro;

dão ao povo, enganada esposa,

direito de escolher qual raposa,

vai cuidar do galinheiro…

Leonel Santos
Enviado por Leonel Santos em 21/07/2011
Código do texto: T3108918
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.