Trabalhadores sem terra
Aqueles que andam em trapos,
Fazendo a sua própria guerra,
Querem junto de seus farrapos,
Lutar por um pouco de terra.
O alimento já lhe foi negado,
A dignidade já lhe foi tomada,
Vejo o Cristo na cruz pregado
E a voz no fundo, fica calada...
Grito e lamento pra minha terra,
Oh, Pátria amada e idolatrada!
Destinar a terra sempre encerra:
“Dignidade um pouco restaurada”.
Lutar pela reforma agrária,
Onde todos querem trabalhar,
Pouco a pouco na luta diária,
Sua semente poder espalhar.
A terra que é pouco utilizada
Ou aquela que é abandonada
E não produzindo quase nada,
Pelo homem deve ser resgatada.
Não alcançar a social função,
Ter trabalhadores em escravidão,
Deverá ser feita desapropriação,
Com a terra fazer sua promoção.
Simples filhos da terra amada,
Daquela que ama e que os pariu,
Cantam juntos numa só toada,
Um raio de esperança que surgiu.
Nas mãos os calos eles trazem ,
Em seu rosto o olhar cansado,
Muitos outros na terra jazem,
Com o corpo que está acabado.
Com o suor poder trabalhar,
Aplicar com vigor sua enxada,
No futuro poder até acreditar,
Fazer da terra a sua morada.
Se trata de simples ocupação,
Daquele que tem este direito,
Sangrar a terra, pisar o chão,
Este homem merece respeito.
Ninguém mendiga a piedade,
Não receber nem dar esmola,
Só lembrar que a dignidade,
Prá nós deve ser uma escola.
Uma homenagem singela
aos integrantes do MST.