O Mal Normal
Nem todos chamariam de vida, o que eu me alimento.
Em parcial loucura de atos. É agora, é sem hora, e pode até já ter passado.
Os lindos uniformes machados de sangue. Foi a última vez.
É a trilha do jornal que me atrapalha, aquele corpo que espelha os maus horizontes. É tão sedutor ser alguém que não existe... Quero brincar de Deus por umas horas, tem coisas que eu preciso consertar, tem coisas que o outro lado teriam feito bem melhor!
E sobe, sobe, orgulho, a toda volta, um rio cheio de flores infantis e dor.
Não quero sua proteção, não quero seu afeto, na quero seu eco flutuante e ceio de cores nas minhas costas... Apenas a sua volta, outro grito (só por dentro).
Me veja a redor, olhe para meus gemidos, me siga a encontro da respiração, veja como estou feliz em sofrer.
As coisas crescem por aqui, elas ao ampliam é em qualquer alma por aí.
Um violino não é garantia de classe. Um sorriso inesperado não é garantia de educação. Um copo cheio não garantia de um convite. A voz não é a garantia da chegada.
Alguém salve a destruição deste lugar... O mal é leal, tão gordo e extenso, não merece ficar perto de todo este bem!
Todos os fios, todas as antenas longe da cidade. Em gotas de chuva dá pra sentir a chama queimando a pele... E a menina desenha sobre o piano, a luz fraca, a história que muitos já contaram, o vento repete... a aprovação dos malditos errados nos faz achar que somos nada... E pra dizerem que são certos, qual é o conceito de erro?
A sala cheia de gente, ninguém me apetece e os termômetros continuam quebrando lá fora. Minhas vidraças vermelhas imóveis indicam o tempo ruim. De repente vai começar, mais uma solidão vai se juntar... E quando o tempo for totalmente extinto a gente vai conseguir fazer tudo o que faltar. É só esperar porque o fim não acaba.
Talvez nem todos chamem de morte essa tropa estridente sumindo corpos, consumindo escrúpulos. Eu prefiro que não prometam, eu prefiro as pérolas, eu prefiro só a lembrança. Eu odeio declarar preferências e adoro as promessas.
Tem estratégia, e a perfeita divisão dos grandes, dos pequenos e dos que não tem tamanho. Dos que acreditam, dos que fazem de conta, dos pra todo sempre e também dos nunca mais.