Antepassados
Não sintam medo
Porque a vida encoraja o homem.
Não há profilaxia
Que evite a morte,
Nem tempo capaz
De explicar
A disparidade social.
Pobres crianças...
Que não podem mais brincar.
Crianças pobres...
Que não brincam mais !
Em gestos desconexos,
Que acompanham a humanidade,
A cidade apenas
Embala os sonhos de ninguém
Em que brilha um sol de esperança
Numa terra árida
De fértil dor !
Não brincam
As pobres crianças...
Crianças pobres
Podem não mais brincar!
Os poderosos expõem
Seus bélicos sorrisos
E desenham todos os destinos...
Segue o povo perdido
Sem rumo...
São unicamente alvos,
No holocausto da indiferença social.
Cientistas comercializam
Seus feitos em causas políticas...
Escolas persistem
No banquete da Educação !
Pobres crianças : pobres !
Há sempre a vitória da farsa,
Da exploração humana !
Do cônjuge da corrupção.
Há todo um comércio
Da retirada de órgãos em série...
De corpos mutilados
Pela não prevenção !
De leis e regras,
Que autenticam a injustiça
Em cemitérios sem almas
Para o grande tribunal
Da Inquisição !
Pobres...pobres
Daqueles que não querem acordar !
Crianças...
Nem pobres, nem ricas.
Apenas livres,
Crianças , apenas isso !
Porém, não usadas,
Nem exploradas !
Apenas crianças...
Pelo simples fato e
Ao direito de poderem
Simplesmente:
BRINCAR !
ISABEL BENEDITO DOS SANTOS