Prima Donna

Às vezes tudo vai bem.

até começar a ir mal;

sem esforço de ninguém,

o céu se arma, um temporal.

Medo insano da máquina,

e tamanco na engrenagem;

lisura, pretensão súbita,

ocasiona a sabotagem.

Como o céu buscara armas,

lança raios e trovões;

ataque de todas as formas,

imputando intenções.

Sensatez solta gemidos,

sob o peso, quem não geme?

Instintos não domados,

inflamam qual querosene.

Uma vez feito o barraco,

feito um teto ao mal estar;

o feno que era pro burrico,

o cardápio do jantar.

A marca da ferradura,

qual uma placa, dizendo:

Se a alma já foi embora,

o que o corpo tá fazendo?

Quiçá, eu que fui anta,

querendo vinho de azeitona,

na ópera do faz-de-conta,

ilusão é a Prima Donna.

Leonel Santos
Enviado por Leonel Santos em 18/07/2011
Código do texto: T3102116
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