Não deixe pra depois

Tenham paciência comigo

como se estivesse morto;

não retenham elogios consigo,

então, não trarão conforto.

Podem criticar também

lancem a verdade em rosto;

Véritas não fere ninguém,

fere o cinismo imposto.

Quisera poder ouvir,

murmúrios do meu velório;

Que daria pra usufruir,

o vento do palavrório!

Indulgência imerecida,

poderia me comover,

trazendo de volta à vida,

valeria à pena viver.

Somos uns falidos, é certo

à virtude, sequer abono;

cansados desse deserto,

olhamos a cama com sono.

Poetas são uns fugitivos

vendo mistérios do universo;

revoltados quando cativos,

forjam mundos em versos.

Declare agora seu amor,

seu ódio, seu desagrado;

não lance meleca no ventilador

com o ventilador desligado.

Leonel Santos
Enviado por Leonel Santos em 12/07/2011
Reeditado em 15/07/2011
Código do texto: T3089798
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