O Poeta na Cidade
O poeta deixou a terra seca no sertão,
E foi para cidade grande viver a sua emoção.
Deixou a terra seca e sem cultura,
A terra seca e sem fartura.
O poeta pegou os sonhos e o violão,
E foi para São Paulo fazer canção,
Tinha um sonho de ser um grande repentista,
No seu repente histórias de grandes artistas.
Suas noites tiveram outros encantos,
Fez sucessos nos barzinhos e nos recantos.
Cantando para animar a população,
Sempre com uma popular canção.
Canta os sucessos que estão na boca do povão,
Assim vai ganhando a vida com satisfação.
Segue animando nas madrugadas,
Segue cantando e tomando umas geladas.
O poeta entregou-se as maiores emoções,
Com o peito carregado de paixões.
Casou-se com a dona orgia,
Com a farra e folia.
O poeta foi tragado pela selva de pedra numa eterna paixão.
O poeta nunca esqueceu a sua origem nem o seu violão.
Em seus lábios tinham muitas melodias.
Assim o poeta terminou os seus últimos dias...
( Homenagem ao meu Tio José Machado Bezerra, grande poeta Repentista. In memorian.)
(Escrita em 2002)