O Poeta na Cidade

O poeta deixou a terra seca no sertão,

E foi para cidade grande viver a sua emoção.

Deixou a terra seca e sem cultura,

A terra seca e sem fartura.

O poeta pegou os sonhos e o violão,

E foi para São Paulo fazer canção,

Tinha um sonho de ser um grande repentista,

No seu repente histórias de grandes artistas.

Suas noites tiveram outros encantos,

Fez sucessos nos barzinhos e nos recantos.

Cantando para animar a população,

Sempre com uma popular canção.

Canta os sucessos que estão na boca do povão,

Assim vai ganhando a vida com satisfação.

Segue animando nas madrugadas,

Segue cantando e tomando umas geladas.

O poeta entregou-se as maiores emoções,

Com o peito carregado de paixões.

Casou-se com a dona orgia,

Com a farra e folia.

O poeta foi tragado pela selva de pedra numa eterna paixão.

O poeta nunca esqueceu a sua origem nem o seu violão.

Em seus lábios tinham muitas melodias.

Assim o poeta terminou os seus últimos dias...

( Homenagem ao meu Tio José Machado Bezerra, grande poeta Repentista. In memorian.)

(Escrita em 2002)

Leila Rodrigues
Enviado por Leila Rodrigues em 07/07/2011
Reeditado em 11/01/2021
Código do texto: T3080891
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