Vê tanta fartura de miséria

Vê tantos irmãos em guerra

Esguicham sangue e labaredas

E temos de sofrer sorrindo

Refreando os soluços

No peito constrangido

A vida continua

Dia após dia

O sol acorda

O céu muda

Embebe-se de sangue a terra

Acho-me tão consumida

E ainda agora começa

A neve

Nos meu cabelos!