A Cidade Clandestina

Apronte as malas, largue tudo,

venha para cá.

A cidade clandestina quer você.

Te ver se contorcer,

se deslumbrar.

Esqueça tudo, siga a loucura

Mude de...

Mude de rumo.

O bairro mais vagabundo esta ali

Parado, preguiçoso. Dopado,

a te esperar.

Não pense muito, diga que sim.

Não vê que tudo o que quer está aqui?!

A beleza travestida na violência:

Mulher fatal, perigosa e abandonada

a encantar e seduzir.

O cinismo disfarçado

no bom papo.

A cultura escondida

no maltrato

Pelas ruas do centro da cidade

a história se refaz...

No descaso.

E mesmo assim sobrevivemos

Por aqui.

Como um Rio que agoniza

mas não perde o seu fluir.

Ainda assim, muitos se encantam

E num espanto

Se descobrem enganados

Quanto às suas negações.

E eu sigo te esperando, imigrante

Largo-me escrava das tuas decisões

A minha sina é confortar um retirante

Que ainda se deixa levar por ilusões.

E por amor à minha terra

E ao meu tempo de viver

Finco minha lida neste território

Estranho e inóspito

Às minhas invenções.

E como numa trama incerta

Eu me deixo esquecer

Que o mundo é bem maior

Que uma cidade sem perdão.

http://redutonegativo.blogspot.com

Assiz de Andrade
Enviado por Assiz de Andrade em 28/06/2011
Código do texto: T3062502
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