Perdição

Divago em meio a tanta cegueira

De ações e sentimentos vitrificados

Tão impossíveis de serem tocados

Tão vaporosos e manchados

Depois que se descobre a escuridão

O ócio e o adormecimento da compaixão

É a podridão que rói os ossos

Há crianças pelas ruas

Crianças sujas e febris

Há velhos solitários

Jovens sedentários

Há submissão feminina

Fúnebres sinas

O horror pelas esquinas

Há prostitutas tão meninas

Corpos que nenhuma alma habita

E religiões que não meditam

Globalização e movimento

O futuro? Um atrevimento!

Vejo em tantos semblantes

Um abismo fundo e errante

Janaina Cruz
Enviado por Janaina Cruz em 21/06/2011
Código do texto: T3048047
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