Perdição
Divago em meio a tanta cegueira
De ações e sentimentos vitrificados
Tão impossíveis de serem tocados
Tão vaporosos e manchados
Depois que se descobre a escuridão
O ócio e o adormecimento da compaixão
É a podridão que rói os ossos
Há crianças pelas ruas
Crianças sujas e febris
Há velhos solitários
Jovens sedentários
Há submissão feminina
Fúnebres sinas
O horror pelas esquinas
Há prostitutas tão meninas
Corpos que nenhuma alma habita
E religiões que não meditam
Globalização e movimento
O futuro? Um atrevimento!
Vejo em tantos semblantes
Um abismo fundo e errante