Mudaram os seres pequeninos.
Ando por aí como um andarilho.
Viso minha mente e deixo-a pensar.
Vejo a transformação de uma nação que vive entre o agulheiro.
No meu tempo de quinze anos, os meninos brincavam de soltar pipa e jogar bola.
As meninas brincavam de amarelinha, pular corda e boneca.
Hoje, vejo o avanço das bonecas, que se desenvolveram; elas choram, pedem papá.
Não é o avanço da tecnologia, mas, sim, o efeito da cegonha.
Hoje, meninas e meninos de quinze anos perdem sua juventude para trocar fraudas e limpar bunda de bebê.
Deixaram as bolas nas quadras e nos campinhos de terrão.
Deixaram as pipas no céu, nos fios.
Deixaram as bonecas empoeiradas nos armários.
Mudaram a diversão pela responsabilidade.
Mudaram a noologia e a astrologia.
Mudaram o mecanismo de viver e ser.
Mudaram os seres pequeninos.
Mudaram os conceitos de ingenuidade.
Não sei quem foi que falhou. Se foram os pais, os filhos ou a ciência.
Não sei se é falta de vergonha na cara
Ou falta de instruções.
Falta de comunicações humanitárias.
Só espero que, no futuro, os meus filhos não percam seus dez anos limpando bundas sujas,
Mas que eles tenham a diversão sem responsabilidade da infância.
Que eles tenham a juventude de uma vida sem surpresas