DUAS ESTAÇOES
De repente o inverno (...)
Como se não bastasse o interior.
De repente, alias,
Mais que de repente, um novo agasalho.
Como se não fosse suficiente
O preço já quitado de semelhante calor.
Assim nasceu mais uma estação em minha vida (...)
Uma me fez crer-
Outra me faz temer-
Ambas me fezeram viver-
P'ra novamente morrer.
E nasceu em mim, novo ônus da desilusão (...)
Eu – engano -
Achei fosse frio o interior,
Fosse mais que dor (...)
E eu que pensava
Tu trarias calor:
Um verão sem fenômenos.
De repente,
Mais veloz que de repente
Retornam as nuvens;
Muito mais rajadas(...)
E pede socorro um interior nublado
Que peregrina mendigo por novo agasalho.
Wagner Viana.