COMPOSIÇÃO
Ainda que tímida, a tez matinal
Os convidam para o despertar de uma nova estação.
Para os quais é sempre a mesma,
Não importando a renovação.
Labuta e dúvidas, paradoxal solidão.
Eis que vem a composição (...)
Importa o passo maquinado:
Dança epilética, passo disciplinado e reprisado.
A aparição cromática e dissonante da mãe-serpente gigante
Que devorará e regurgitará os pondo em seus destinos semelhante.
Contido; gados-humanos afins, amontoados se vão.
E segue a composição (...)
Ó, grande mãe!
No espelho refletido do teu aço somos aço:
Gélidos em si; abundantes em nossos sonhos distantes
Que aprisionados estão por entre teus vagões.
Não é pelo mastigar dos teus trilhos
Ou pedras e dormentes que lhes sustentam.
É pelo que nos faz o interior refletir: falir no tempo (...)
É pelo diamante porque passamos:
Dureza cortante, ideais distantes (...)
O diamante que não somos.
“Eis que é chegada a estação das flores,
Não importando a renovação.”
Prossegue a composição (...)